Por mais que os religiosos cristãos falem o contrário, a Bíblia é um livro de mitos, assim como a Epopéia de Gilgamesh, os Vedas ou os Páli o são. A grande diferença é que os adoradores da Bíblia querem fazer com que ela se torne uma verdade literal, um livro histórico! Isso não poderia ser mais absurdo do que já é. Alguns diriam que estou errado devido à referências históricas nos manuscritos que o compõem, como referências ao contexto histórico da época, ao Império Romano e etc. Sim, isso tudo existe na Bíblia, mas não significa que isso a torne um tratado científico. Se fosse assim, o mito do Minotauro também teria que ser considerado um acontecimento histórico, bem como o monstro, um personagem histórico. A história do monstro grego está repleta de acontecimentos fantasiosos e referências à divindades, mas também cita vários elementos que realmente existiram, como o imperador Minos, a ilha de Creta e, segundos achados arqueológicos recentes, até mesmo o labirinto. No entanto, alguém acha que a criatura existiu, de fato? Não que eu saiba.
Agora, confira um interessante texto do blog Historiae Religionis , sobre as contradições históricas e elementos mágicos dentro da Bíblia, que na verdade derivam de outras mitologias.
Agora, confira um interessante texto do blog Historiae Religionis , sobre as contradições históricas e elementos mágicos dentro da Bíblia, que na verdade derivam de outras mitologias.
Um livro sagrado inspirado pelo deus Javé. Um
manual de moral e boa conduta. A sagrada reunião de tudo que ele
ordena. Ameaças horríveis, latrocínios, estupros, abusos,
desgraças. Mas tudo faz parte do seu plano.
Não é de hoje que a Bíblia é considerada um
livro sagrado e divino. Na Idade Média ela foi uma espécie de
legislação geral da Europa, que estava sob o domínio da Igreja.
Para bilhões de pessoas no mundo ela é um livro inspirado pelo deus
judaico-cristão, contendo suas leis e profecias. Contudo, quanto
mais a Arqueologia descobre coisas novas e a História as registra,
mais fica claro que a inspiração da Bíblia foi, de fato, um
conjunto de mitologias e mentiras. Hoje trataremos de algumas das
enormes contradições bíblicas, desde o Velho Testamento até o
Novo.
História, Arqueologia, Geografia, etc. A Bíblia
atropela inúmeras ciências com histórias mitológicas nas quais
cristãos e judeus acreditam cegamente. Veja a seguir algumas das
maiores contradições bíblicas…
A criação e o dilúvio
Nos primeiros versículos do livro de Gênesis, na
sua versão original, em hebraico, notamos uma coisa curiosa. A
primeira coisa que se diz é: “No princípio criou Elhoim aos céus
e à terra.” O curioso nessa passagem é o uso do termo “Elhoim”,
plural de “El”, e que dá a noção de que haviam vários deuses.
E isso prossegue: “Façamos o homem a nossa imagem”. Vemos aqui a
descrição de um diálogo entre seres celestiais, dando a entender
que o deus hebreu não é uno e exclusivo, assim como a própria
Bíblia chega a dizer em escritos posteriores.
A história do dilúvio advém de um antigo mito
proliferado na Mesopotâmia. A Epopéia de Gilgamesh, que teve seu
início na Suméria, mas que foi registrada na Babilônia, conta uma
história muito semelhante. Vendo que a Terra estava em grande
desgraça e numa balbúrdia insuportável, o deus Enlil convoca um
conselho entre os deuses para solucionar o problema. Fica decidido
que a humanidade deve ser completamente exterminada. A deusa Ea avisa
a Utnapshitim que uma grande tempestade está por vir e o aconselha a
construir um barco, para que ele consiga se salvar. A deusa descreve
as medidas nas quais a construção deve ter base. Utnapshitim reúne
nessa embarcação sua família, vários animais e todos os artesãos.
Adad, Shul-lat, Hanish, Nergal, Ninurta e os Anunnaki promovem a
grande inundação que encobre a Terra. Chove durante seis dias. No
sétimo, a chuva acaba e os mares se acalmam. O barco encalha num
monte chamado Nisir. Utnapshitim libera uma pomba, que não achando
lugar para pousar, retorna. Depois ele libera uma andorinha, que faz
o mesmo que fez a pomba. Por fim ele libera um corvo, que encontra
lugar para se alimentar e vai embora. A embarcação é então aberta
e Utnapshitm faz um sacrifício no topo da montanha, do qual diz-se
que os deuses se agradaram grandemente.
Todos esses fatores citados na Epopéia de
Gilgamesh fazem parte da história bíblica do dilúvio. Note-se que
a história de Noé, avisado por Javé de um grande dilúvio, envolve
a grande maioria dos elementos da história suméria. O mais
interessante é que essa história tem base, mas não milagrosa. Na
década de 90, os geólogos Walter Pittman e Willian Ryan propuseram
um hipótese do que pode realmente ter ocorrido. Eles achavam que, no
final da última Era Glacial, por volta de 5600 a.C, houve uma grande
inundação na área onde hoje se encontra o Mar Negro (que deu
origem a esse mar), causada por um irrompimento do Mar Mediterrâneo,
através do Estreito de Bósforo. De fato essa teoria ficou provada
quando, em 2000, Robert Ballard descobriu, no fundo do Mar Negro,
restos de contruções antigas. A análise da lama colhida provou
que, há 7600 anos, existiu um rio de água doce naquela área, o que
indica que o local já foi um vale de terras férteis. Os habitantes
do local, fugindo da grande inundação, migraram para a Mesopotâmia,
trazendo uma história fantástica que acabou caindo nas graças dos
sumérios. Quando os hebreus foram encaminhados ao cativeiro na
Babilônia, em 597 a.C., no reinado de Nabucodonosor, acabaram tendo
contato com essa mitologia. Quando Ciro, rei da Pérsia, permitiu que
os hebreus voltassem à Palestina, em 538 a.C., os escribas deram
início a reescritura do livro de Gênesis. Nessa ocasião muita
coisa da mitologia suméria acabou enxertada no primeiro livro
bíblico. Os 40 anos do cativeiro foram descritos como 40 dias de
chuva, enquanto a aliança selada pelo arco-íris foi descrita como
uma promessa de que Deus não permitiria mais que os hebreus fossem
exilados.
O Êxodo
A história do Êxodo foi incluída na Torá no
século VII a.C. Nela foram incluídos um código de leis e várias
histórias mitológicas de grandes patriarcas, como Moisés e Abraão.
Os dez mandamentos, descritos no Êxodo, tem notável base no livro
egípcio dos mortos. As respostas que o Livro dos Mortos propunha que
se desse aos deuses no submundo se tornaram leis judaicas. “Não
matei” se tornou “Não matarás”. “Não roubei” so tornou
“Não roubarás”. E assim a mitologia egípcia foi influenciando
a criação das leis divinas utilizadas pelos hebreus.
A história de Moisés tem inúmeras contradições
geográficas. Diz-se que Moisés viajou pelo deserto no século XVIII
a.C., mas os locais citados só vieram a existir no século VII a.C.,
justamente quando o Êxodo foi escrito. O monte chamado Sinai não
existia. O monte que hoje se chama Sinai foi denominado assim por
monges bizantinos entre os séculos IV e VI d.C. Já as dez pragas,
descritas na Bíblia como um castigo de Deus, não passam de uma
descrição miraculosa de uma série de acontecimentos naturais.
Abraão é descrito como um comerciante que migra
de Ur para Canaã por volta de 1850 a.C. Conta-se que ele e seus
filhos comerciavam em caravanas de camelos, mas esses animais ainda
não haviam sido domesticados naquela época. Além disso, na
história de Abraão há mais erros geográficos. As cidades de
Hebron e Bersheba não existiam na época em que a história se
passa. Abraão é mais um ente mitológico incluído na Bíblia entre
os séculos VIII e VII a.C.
Além de todos esses fatos, mais um se destaca.
Hebreus e cananitas são o mesmo povo. Enquanto os cananitas estavam
instalados em vales férteis, os hebreus habitavam as montanhas como
nômades (isso tudo por volta de 4000 anos atrás). Invadidas entre
1000 a.C. e 300 a.C., as cidades cananitas entraram em declínio, o
que permitiu aos hebreus ocupar os vales. A Bíblia diz, contudo, que
a invasão se deu por obra divina. Conta-se que o exército de Josué
conseguiu destruir as muralhas de Jericó com o toque de suas
trombetas, invadindo a cidade e cometendo o latrocínio que lhes
garantiu a posse da terra prometida. A Arqueologia prova, entretanto,
que a cidade de Jericó não tinha muralhas nessa época, invalidando
a história bíblica.