quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Que o Gênesis Tem de Errado?

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Certamente, analisando sob uma perspectiva mitológica e literária, algo que homens num tempo antigo fizeram para explicar o que viam na natureza e ao mesmo tempo para lidar com suas questões internas sobre o mundo, os acontecimentos, questionamentos existenciais, moralidade e etc, o Gênesis bíblico é tão belo quanto a origem contada por qualquer outra religião e mitologia. Como diria Joseph Campbell, o mito trata-se de transparecer as ressonâncias internas que os acontecimentos infringem sobre o ser humano. Assim, o significado é o mais importante a ser analisado (falei longamente sobre isso em outro post).

Como é de conhecimento geral, hoje existem 2 grandes correntes que tratam de aniquilar a simbologias dos mitos e insistir em analisá-lo de uma perspectiva literal, como se o Gênesis fosse um livro científico, de História, por exemplo. Claro que o que está escrito lá não é compatível com o que a ciência vem descobrindo sobre a formação do universo, da Terra e da vida. O Criacionismo e o Design Inteligente são os grandes mentores dessa manobra intelectual. Uns insistem que, por exemplo, o mundo foi criado em 7 dias, outros alegam que, na verdade, Deus criou o mundo, mas o que a Bíblia quis dizer com 7 dias não é exatamente 7 dias, mas milhões, bilhões de anos. Isso porque o dia, para Deus, é algo diferente do que é para nós reles humanos.

Mo meio desse jogo de empurra-empurra me deparei com o video interessante acima, dividido em várias partes (vendo só a primeira e a segunda já dá pra ter uma idéia da coisa) que trata exatamente dessa mais nova picuinha. Afinal, é possível ler a Bíblia e enxergar ali nada mais do que as modernas descobertas da ciência? Ou será que a ciência está completamente errada e o Gênesis é que conta a verdade? Essas interpretações são possíveis?

OBS: bom, dentro de uma certa visão, qualquer interpretação é possível, mas aqui estou me referindo à interpretações honestamente possíveis, sem que tenhamos que apelar para estratégias em que as evidências que detonariam nossas crenças são modeladas de forma infinita até que se encaixem ao que queremos que se encaixe.